Há nove meses, Igor, de 20 anos, foi encontrado morto em cela de presídio em Rondonópolis (MT). A investigação indicou o suicídio simulado do filho mais velho de Daniele, assassinato praticado por integrantes do CV (Comando Vermelho) em represália ao fato do jovem ser do grupo criminoso inimigo, o PCC (Primeiro Comando da Capital).
No Estado vizinho, o poder o CV é notório, diferente de Mato Grosso do Sul, onde o “comando” das unidades do sistema carcerário, e consequentemente do exército que comete por aí crimes ordenados de dentro das celas, é do PCC.
“As organizações criminosas, em especial o PCC, têm agido intensamente em Mato Grosso do Sul, estado de importância fundamental para a expansão criminosa em face de sua localização estratégica. Muitos homicídios têm sido realizados por meio do chamado “Tribunal do Crime”, com específica divisão de tarefas, de forma organizada e hierarquizada, merecendo atenção especial dos órgãos de Justiça e Segurança Pública”, alertou o delegado Jarley Inácio de Souza no dia 6 deste mês, um dia depois do sumiço de Maykel Martins Pacheco, de 19 anos, o segundo filho de Daniele alvo dos “júris”.
Morador da Vila Nha-nhá, na Capital, segundo investigação, o rapaz foi sequestrado e executado por membros do PCC por ser “simpatizante” da facção rival. O corpo não foi encontrado.
Contrariando os defensores da pena de morte, fato é que tal punição já está claramente instituída em Mato Grosso do Sul, e não é de hoje. A diferença é que quem julga, não é Deus, como acredita a mãe que perdeu dois filhos, e nem os juízes, profissionais encarregados de fazer cumprir as leis que regem a sociedade, mas os integrantes das facções.