Neste ano, o socorrista Gerci Alves, de 57 anos, vítima da covid-19, completou três décadas de trabalho intenso na saúde. Querido pelos familiares e companheiros do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele foi homenageado nesta terça-feira (10) em cortejo com 7 viaturas antes de ser enterrado.
Marcados pela emoção, entre familiares, amigos e colegas, cerca de 23 profissionais do Samu estavam presentes na Funerária Pax Real. Também parte da equipe que compunha a ambulância, a esposa de Gerci, Katia Vanderlei, foi acolhida pelos companheiros. Abalada, não conseguiu falar com a reportagem. Socorrista e motorista de ambulância, Gerci atuava na linha de frente no combate ao coronavírus. Mesmo sendo hipertenso, ele decidiu continuar no serviço para manter renda, de acordo com o irmão José Alves, de 59 anos.
Ele trabalhava na avançada e sempre precisava fazer plantões para conseguir aumentar o salário, que é baixo. Ele sempre se esforçou muito, esse é um serviço que precisa de atenção e se dedicar ao máximo durante todo o tempo.
Também tendo trabalhado no Samu, José relata que mesmo tendo consciência do alto esforço necessário durante a pandemia, o irmão não reclamava de ser socorrista. Se tem pandemia você continua, não importa o que aconteça e ele sempre foi assim, gostava da profissão. Pode perguntar para qualquer colega, a equipe é muito unida e todos se dedicam com intensidade.
Por ter entrado na primeira equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, quando foi criado em 2003, Gerci era o “zero-um” da equipe, de acordo com o filho que preferiu não se identificar. “Meu pai era o mais velho dos motoristas que estão na ativa do Samu”, disse.
Enfermeiro, Marcel Nobre contou que as memórias que ficam de Gerci na equipe são de dedicação ao serviço e exemplo em sua atuação. “Sempre foi muito paciente, fazia além do esperado. Ele sempre foi muito respeitado por toda a equipe”.