Com suspeito solto, mãe de mulher morta atropelada recebe “botão do pânico”

Desde o dia em que Willames Monteiro dos Santos, de 33 anos, foi solto pela Justiça, após atropelar e matar a esposa Andressa Fernandes Teixeira, 29, os filhos do casal estão com a avó materna. Com o suspeito solto, foi disponibilizado para a mãe da vítima o “botão de pânico”, que poderá ser acionado, caso o homem se aproxime das crianças, que estão com medida protetiva contra ele.

O equipamento que chama Unidade Portável Móvel e recebe apelido de “botão de pânico”, foi ativado no dia 23 de abril. O dispositivo serve para proteção à vítima de violência doméstica. Neste caso, como Alessandra morreu, a medida protetiva foi deferida para os filhos do casal, menina de 11 anos e menino de 3.

O botão pode ser acionado sempre que Willames tentar se aproximar das crianças ou da casa onde estão morando. As crianças estão sob os cuidados provisórios da avó materna, até que a guarda definitiva seja concedida à mulher.

Willames foi posto em liberdade na manhã do dia 22 de abril, após passar por audiência de custódia no Fórum Heitor Medeiros, em Campo Grande. O advogado Paulo Macena disse que o juiz converteu a prisão em flagrante em liberdade provisória com o uso de tornozeleira eletrônica após ver que ele não tem antecedentes criminais, trabalha de carteira assinada há seis anos e tem residência fixa.

O crime ocorreu na noite do dia 20 de abril, na Avenida Cinco, no Bairro Nova Campo Grande.

De acordo com a vizinha do casal e amiga de Andressa, que preferiu não se identificar, os dois sempre bebiam nos finais de semana e acabavam discutindo. “Ele se alterava e dava uma de ‘bravão’”, contou.

No sábado por volta das 22h, a mulher ouviu o casal discutindo e, em seguida, um barulho muito alto no portão. Ela saiu para ver o que estava acontecendo. Quando chegou em frente à residência da família, a filha de 11 anos dos dois gritava: “Pai, pelo amor de Deus, para”.

Conforme relatado pela vizinha, Willames queria sair com o carro Volkswagem Polo, mas como estava bêbado, Andressa tentou impedir que ele tirasse o veículo da garagem. “Ela saiu de casa e sentou na frente do portão, de costas para a casa e de frente para a rua. O portão estava fechado ele deu ré com tudo, estourou o portão e passou por cima dela”, contou a cena que presenciou.

A mulher informou que Andressa ficou presa embaixo do carro. “Eu gritava para ele parar, ele tentou ir um pouco para frente com o carro, e eu falei para ele parar com isso”.

A residência do casal fica próximo a uma lanchonete. Clientes do estabelecimento que viram o crime tentaram conter Willames, enquanto a vizinha chamava o socorro e a polícia.

Enquanto a mulher acionava o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, Willames ligou para dois familiares que foram até o local e tiraram o carro da cena do crime. “Os três ergueram o carro, eu achei que era para tentar tirar ela de lá, mas não, os familiares dele levaram o carro e esconderam”, afirmou a vizinha.

Quando os bombeiros chegaram, Willames estava alterado e foi contido pela equipe até a chegada dos policiais.

A Polícia Civil e perícia foram acionadas, quando a delegada da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) chegou e perguntou onde o veículo estava, a vizinha contou que os familiares do suspeito haviam escondido.

O carro foi localizado escondido em uma rua próximo ao local do crime. O homem foi preso em flagrante e indiciado por feminicídio.

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