Polinização animal contribui com 13,1% do valor da produção agrícola de MS
Animais que distribuem pólen contribuem com a produtividade das lavouras

Em Mato Grosso do Sul, a polinização contribui com 13,1% do valor da produção agrícola, em média. Animais que distribuem pólen — como abelhas, borboletas, besouros e morcegos — contribuem com a produtividade de lavouras, como as de soja. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) publicou nesta quinta-feira (17), pela primeira vez, estudo sobre o tema, com análise do período entre 1996 e 2023.
A pesquisa destaca que a soja, principal cultura de MS, é o produto com maior dependência de polinizadores no Centro-Oeste, seguida do algodão. Estes dois produtos têm pouca dependência de polinizadores, mas apresentam grande volume de produção, o que contribui significativamente, conforme o IBGE, para o valor total associado à polinização na região.
O pequi, fruto do Cerrado típico de Goiás, é um exemplo do oposto, já que depende essencialmente dos animais polinizadores. Por isso, duas cidades do interior goiano (Bonfinópolis e Novo Planalto) foram escolhidas pelo IBGE como os principais destaques do Centro-Oeste, com relação à contribuição da polinização na produção agrícola e extrativista.
Brasil
O estudo destaca que a expansão da soja para além de suas áreas tradicionais de cultivo, no sul do Brasil, contribuiu para o aumento da área ocupada por culturas que dependem de polinizadores e substituiu cultivos com maior dependência desses agentes. Isto reduziu a participação de produtos associados à polinização animal, especialmente aqueles de menor valor comercial.
No país, a média da contribuição da polinização animal no valor da produção agrícola ou extrativista foi em 16,14% em 2023. Na série histórica, iniciada em 1996, houve crescimento de 1,74 ponto percentual. Portanto, o cenário é de estabilidade relativa. Em 2023, último ano analisado pelo IBGE, cerca de 19% dos municípios tinham mais de 25% do valor de produção impactado pelos polinizadores. Em 1996, eram apenas 15%.
As maiores mudanças podem ser observadas quando se considera o modo de produção: em lavouras temporárias, o indicador médio saiu de 7,3% em 1996 para 12,0% em 2023; para as permanentes, foi de 36,4% para 38,7%; já no extrativismo — modalidade em que a contribuição dos polinizadores mais cresceu — o número foi de 21,8% em 1996 para 47,2%.
Nas lavouras temporárias, em 2023, cerca de 54% da área colhida foi ocupada por produtos que dependem pouco de polinizadores e 45%, por itens sem dependência. Já entre as permanentes, os produtos da classe de dependência essencial representavam 20,5% da área naquele ano. Estes produtos representam 17,6% da quantidade produzida pela agricultura brasileira.
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